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Os segredos escondidos nas madeixas de Beethoven


O avanço da ciência permitiu trazer de volta à cena musical um dos maiores compositores da nossa história.

Ludwig van Beethoven, compositor, pianista e maestro, é um ícone da música clássica, conhecido em todo o mundo por suas obras-primas atemporais. Ele também é um símbolo da cultura alemã, que se orgulha de ter produzido um dos maiores gênios da história da música.

Nascido em Bonn, na Alemanha, em dezembro de 1770, Beethoven viveu uma vida marcada por inúmeras doenças físicas, incluindo surdez progressiva e hepatite, além de problemas emocionais e financeiros, até a sua morte aos 57 anos. Ainda assim, sua música explorou fronteiras no campo da música clássica e transcendeu as limitações do tempo e do espaço, mantendo-se relevante e inspiradora até os dias de hoje.

Mas o que a ciência tem a ver com este músico talentoso? Bem, podemos resumir isto a um fio de cabelo, ou melhor, mechas de fios de seu cabelo, preservadas por 200 anos, após a sua morte.

Os, então famosos, fios de cabelo de Beethoven permitiram aos cientistas estudar o seu genoma e descobrir informações valiosas sobre sua saúde. E o que eles encontraram foi surpreendente!

Descobriram os fatores da predisposição genética para doenças hepáticas e evidências de infecção por hepatite B, o que pode explicar os problemas de saúde que Beethoven enfrentou ao longo de sua vida, como a cirrose hepática e as fortes dores abdominais que o músico sofria. 

Entretanto, ainda não se comprovou a suspeita de sífilis como sendo a principal causadora da surdez progressiva, a qual lhe trazia extenuante sofrimento, que pensou em suicídio. Na época, ele declarou ao seu médico pessoal e amigo, Johann Adam Schmidt, que a única coisa que o mantinha longe do suicídio era a possibilidade de ter muito ainda o que criar antes de morrer. E não é para menos, ele deixou obras maravilhosas.

As descobertas não param por aí. Os pesquisadores também usaram técnicas avançadas de análise genética para determinar a ancestralidade de Beethoven. Ao rastrear sua linhagem paterna direta, encontraram um possível evento de paternidade extraconjugal, ocorrido há mais de 400 anos.

A pesquisa, publicada em março de 2023, foi desenvolvida com a contribuição de diversas instituições de países como Alemanha (Hospital da Universidade de Bonn, Universidade de Tubingen e o Leipzig Max Planck Institute for Evolutionary Anthropology), Inglaterra, Bélgica, USA, Áustria e Austrália e trouxe grande repercussão mundial. 

Essas descobertas são emocionantes não apenas para os fãs de Beethoven, mas também para os cientistas interessados em entender melhor a genética humana e como ela influencia nossa saúde e história evolutiva.

Tal gama de informação ficará ainda maior com o incremento da ferramenta mais queridinha do momento, a AI (Inteligência Artificial). Uma das inúmeras utilidades da AI na pesquisa genética é a capacidade de analisar grandes conjuntos de dados genômicos com rapidez e precisão, permitindo que os pesquisadores identifiquem padrões e tendências de genes associados a doenças específicas.

Seremos então capazes de saber mais sobre nosso passado e usar esse conhecimento para o benefício de um futuro melhor. Que

admirável mundo novo, não? E viva a ciência!


Referências Bibliográficas

Begg et al., 2023, Current Biology 33, 1–17 April 24, 2023 copyright 2023 The Authors. Published by Elsevier Inc. https://doi.org/10.1016/j.cub.2023.02.041



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