🇫🇷 Um dos assuntos que se comenta nos jornais é o desmantelamento do império Alibaba, ou o fim de uma era para a China
A separação em seis filiais do gigante digital fundado por Jack Ma é a consequência de uma repressão lançada em 2021 por Pequim, que o considerou demasiado poderoso, mas também do fim do crescimento desenfreado da economia chinesa.
No seu regresso à China, no final de março, após mais de um ano de ausência, Jack Ma, fundador do gigante digital chinês Alibaba, optou por manter um perfil discreto. Apenas um pequeno artigo publicado por uma escola no campus da Alibaba em Hangzhou, a 27 de março, anunciou a sua presença na China. O artigo mostra-o com uma camisa branca e um boné, vestindo calças de de treino, e dizendo algumas palavras de admiração sobre o trabalho infantil.
Mas, depois de três anos de ausência, incluindo quase um ano no estrangeiro, a confirmação do regresso do filho pródigo do empreendedorismo chinês foi vista como simbólica: escaldados por uma campanha contra os gigantes da tecnologia e por três anos de uma política ultra-estrita de combate à Covid-19, que pôs de rastos sectores inteiros da economia, os patrões chineses viram nela uma mensagem de esperança. Um sinal enviado por Pequim para tentar convencer as pessoas de que o país está aberto aos negócios.
Três dias após a visita do antigo professor de inglês à escola Alibaba, a empresa faz um anúncio importante. O primeiro retalhista em linha da China, presente na maioria dos sectores da economia digital, com um volume de negócios de 868 mil milhões de yuans (112 mil milhões de euros) e utilizado por mais de 900 milhões de chineses todos os anos, vai dividir as suas diferentes actividades em seis filiais independentes: a principal para a venda a retalho em linha, as outras para a nuvem, a logística, o entretenimento, os serviços internacionais e outros serviços locais (entrega de refeições, mapas, etc.).
O Grupo Alibaba vai transformar-se numa holding que manterá uma participação maioritária nas suas filiais. O objetivo é "tornar a organização mais simples e mais ágil", explicou Daniel Zhang, CEO da empresa, num vídeo dirigido aos 240.000 empregados do grupo e difundido pelos meios de comunicação estatais. "Graças a estas mudanças, cada um pode desenvolver a sua própria estratégia, adaptada ao seu próprio campo de batalha", continuou o homem próximo de Jack Ma, que lhe entregou as rédeas do grupo em 2019.
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